quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Barulhos do cotidiano contribuem para o aumento do estresse Confira técnicas de relaxamento para afastar os males do ruído

Somos barulhentos por natureza. Muitas pessoas até se sentem mal em um ambiente muito silencioso. Dizem que o silêncio assusta. Fica evidente que não podemos diminuir o barulho da turbina de um avião, mas normalmente, no nosso dia a dia fazemos muito barulho. Até o costume em falar muito alto atrapalha quem está ao lado. Porque o soltar fogos tão barulhentos? Para as festas, os fogos poderiam ter somente o efeito bonito da pirotecnia. Porque os alto falantes com muita potência nos carros? O som das baladas, da TV e do cinema precisa ser tão alto?

O ruído hoje supera em muito o limite tolerável. As Organizações do Meio Ambiente atribuem às causas dessa forte contaminação acústica à desorganização urbana, ao trânsito, aos hábitos culturais e, sobretudo, à falta de controle dos ruídos industriais. Hoje já se considera que a poluição sonora é uma das causas do estresse e da incidência nociva sobre o bem estar das pessoas.

"O ruído hoje supera em muito o limite tolerável. Hoje já se considera que a poluição sonora é uma das causas do estresse e da incidência nociva sobre o bem estar das pessoas"

Numerosos estudos científicos nos alertam sobre os efeitos prejudiciais que o ruído tem para o ser humano. Variam desde transtornos puramente fisiológicos, com a progressiva perda da audição, até psicológicos ao produzirem irritação e cansaço, que provocam disfunções na vida cotidiana. O rendimento no trabalho cai muito e a relação com os demais fica prejudicada. Os sintomas mais frequentes são: ruídos no interior do ouvido (zumbidos e apitos), cansaço, dores de cabeça, ansiedade e depressão.

Sofremos os efeitos dos ruídos a partir de 70 decibéis (dB), que é a medida do volume do som. O experimento do Dr. Alain Muzet, do Centro de Estudos Bioclimáticos do CNRS (França), chegou à seguinte conclusão: observou-se que as crianças resistiam melhor aos ruídos, os adultos tinham maior capacidade em habituar-se e as pessoas idosas apresentavam grande vulnerabilidade. Os ruídos mais intensos afetavam o sistema cardiovascular.

A pesquisadora do Instituto de Acústica da Espanha, Isabel López Barrios nos diz: "O ruído além de gerar estresse, hipertensão, problemas cardiovasculares e alterações pulmonares, provoca um aumento na secreção de adrenalina, que conduz a uma hiperexcitação capaz de gerar comportamentos estranhos nos indivíduos".

Um aparelho de ar condicionado ligado indica cerca de 60 dB, o que nos traz algum incômodo. O índice de 70 dB é o ruído transmitido por tráfego médio, grandes lojas, ônibus e restaurantes, onde o aparelho auditivo começa a ressentir-se. A indicação de 85 dB é o limite tolerável, o que seria um motor em funcionamento, tráfego intenso e caminhões. Gritos, motosserra e aparador de grama, produzem 95 dB, índice prejudicial aos ouvidos. Buzina de automóvel a um metro, discotecas, britadeiras, concerto de rock, podem passar dos 115 dB, causadores de dor nos ouvidos.

Não temos a possibilidade de mudar todo esse barulho ao nosso redor. A maneira mais fácil de nos mantermos protegidos dos ruídos é o relaxamento ou a meditação diária. Se possível, pelo menos quatro vezes na semana. O ruído vai continuar, inclusive dentro da nossa casa. Mas se nos dispusermos de vinte a trinta minutos diários a relaxar, a meditar ou a prática da concentração, temos um poderoso antídoto contra a barulheira infernal que tanto nos castiga.

Ao relaxarmos a mente, fazemos com que esta fique tranquila mesmo com os ruídos lá fora. Na verdade ouvimos com o cérebro, e este, nesse momento do relaxamento, deixa de dar atenção ao barulho, diminuindo o estresse e outros sintomas. Para a prática do relaxamento, basta sentar ou deitar e respirar profundamente várias vezes. Dar um comando mental para que todos os problemas da nossa vida fiquem lá fora. O momento do relaxamento deve ser o mais importante para a pessoa.


Mentalizar que todos os músculos do corpo estão relaxados e abandonados. Visualizar que toda a mente e o corpo estão tranquilos. Manter a respiração o tempo todo, profunda, ritmada e suave. Somente isso e, ao longo de uma semana, sentiremos um grande bem-estar, uma diminuição do estresse, e paz. Para a prática da meditação, a pessoa deve se sentar da maneira mais confortável possível, mas com as costas bem eretas.

A prática pode ser feita com os olhos abertos ou fechados. Respirar profundamente dando atenção aos movimentos da respiração, mentalizando a frase, absorvendo energia ou nutrindo o corpo na inspiração, e a frase, devolvendo ao universo, na expiração. Quando a enxurrada de pensamentos chegarem, não se deve dar atenção, eles vêm e vão. Não devemos expulsá-los. A cada pensamento, voltamos à atenção para a respiração. Eis uma prática simples que nos torna mais resistentes aos ruídos de cada dia.

Fonte:http://www.minhavida.com.br

Parte da matéria de:
Walter Alexandre
Especialidade: Terapeuta holístico

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